As crianças não são páginas em branco nas quais vamos imprimindo o conhecimento já construído pela humanidade. Chegam repletas de saberes e interrogam o mundo constantemente. Essa crença, interfere no modo como entendemos o processo educativo. No Mundo Feliz, acreditamos que não há um fiozinho que possa transmitir conhecimento para a criança, como uma cópia de arquivo do pendrive para o disco rígido. A mente de uma criança é muito mais brilhante e pode muito mais que o disco rígido, não é?

A escola é uma instituição reconhecida socialmente como o centro de formação de sujeitos, o que é amplo e complexo. Façamos um recorte e pensemos na escola como instituição principalmente voltada para a transmissão dos conhecimentos já construídos pela humanidade. Entender a base de funcionamento de uma escola, requer pensarmos que há concepções, crenças, escolhas a serem feitas que se baseiam no modo como ela enxerga os sujeitos aprendizes e o modo como entende que o conhecimento é dominado por eles.  Por trás de cada atividade, cada escolha, cada prática escolar estão embutidos uma série de pressupostos.

No Mundo Feliz, entendemos que as crianças mais tenras chegam com um conhecimento constituído, que lhes permite atuar, compreender o que se passa ao redor, agir para alcançar um certo objetivo. A nossa ação educativa precisa, necessariamente, levar em conta esse conhecimento para que possamos começar a pensar em ensinar algo a essa criança. Caso contrário, corremos o risco de querermos transmitir conhecimentos, de acordo com a nossa lógica adulta, e este nunca se tornar acessível e assimilável. 

Eficácia e qualidade em educação é ter professores que se preocupam mais com o processo de aprendizagem de seus alunos do que com um resultado final. É ter professores que gostam do alvoroço das crianças que foram picadas pelo desejo de conhecer e estão pondo todos os seus esquemas mentais em jogo para compreender de fato o que está na roda naquele momento. É valorizar a informação contextualizada buscando pensar como dar o máximo de referências para que os alunos construam o próprio conhecimento. É inventar um número sem fim de recursos para a aprendizagem, de modo que todas as crianças possam alcançar o máximo de si mesmas. 

Na nossa escola, o professor deve saber muito, não para transmitir, mas para conseguir discutir, problematizar, fazer com que a criança mobilize seus esquemas, o que já sabe, para dar saltos qualitativos na complexidade daquilo que constrói.

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